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ENTREVISTA : MIRABÔ DANTAS

“A Página dos Amigos de Fagner” tem o prazer e a honra de trazer mais um grande poeta para conversar conosco. Desta vez trata-se do compositor e cantor potiguar, MIRABÔ DANTAS que no final dos anos 70 viveu no Rio de Janeiro, onde gravou, pelo selo EPIC, um compacto simples com a música “A quem interessar possa”, uma parceria com o jornalista e escritor José Nêumanne Pinto e com J. Bernardo Silva, onde Fagner fez participação nos vocais.
Depois disso pouco se soube de Mirabô, até o lançamento, esse ano, do CD Mares Potiguares, que traz a participação de Fagner na faixa “Colando a boca no teu rosto”.
Mirabô vai nos contar agora um pouco sobre sua trajetória musical.

1- Mirabô, é uma grande prazer para nós, da “Página Amigos de Fagner” recebê-lo aqui. Gostaríamos que você começasse nos contando como a música surgiu em sua vida.
A minha família tem muitos músicos. Meus ancestrais, meu pai, meus tios... A família Dantas, da região do Seridó, no Rio Grande do Norte está repleta de músicos. Cresci ouvindo meu pai tocar trombone em casa.

2- Quando e como você foi viver no Rio de Janeiro ?
Fui para o Rio na década de setenta. Na época era necessário isso. As grandes gravadoras estavam lá e os cantores, as cantoras também. Era mais viável que alguém gravasse as minhas músicas com meus parceiros.

3- Onde e em que ano você conheceu Fagner ? Fale-nos sobre sua amizade com ele.
Conheci Fagner aqui em Natal,antes de me mudar para o Rio de Janeiro. Quando ele veio lançar aqui o primeiro disco, passou uma semana comigo. Veio com Abel Silva. À partir daí criamos uma amizade (inclusive com o Abel, do qual sou parceiro com uma música inédita, Carne dos Rios), amizade essa que dura até hoje.

4- Depois do compacto de 1978, você lançou mais algum disco?
Pra falar a verdade nem o compacto foi lançado. A gravadora jogou em algumas lojas e pronto. Nem eu nem Fagner conseguimos fazer alguma coisa. Achamos melhor deixar pra lá.

5- Nos anos 70, quando Fagner dirigiu o selo EPIC, ele deu oportunidade a vários compositores/cantores novos de gravarem seus discos. Conte-nos um pouco sobre a sua visão daquele momento histórico para a MPB.
Fagner sempre foi ousado. Levou , produziu e lançou vários artistas que ele acreditava. Mas um diretor recém chegado na CBS, na época, achou que ele deveria cuidar da carreira dele (acho que foi isso, não sei). A atitude de Fagner foi, sem sombra de dúvidas, louvável e quem ganhou mais com isso foi a música brasileira.

6- Porque você decidiu voltar a viver em Natal ?
Porque Natal hoje já tem estúdios bons de gravação, como o Megafone (aonde gravei meu CD, junto com Fagner, Rachel Grossman e todos os outros músicos) entre outros. Porque hoje cantoras e cantores vem mais a Natal... existe a Internet e tudo fica mais fácil. Mas ainda adoro o Rio de Janeiro e quero passar um tempo por lá ainda.

7- Na sua opinião como está a cena musical/cultural de sua cidade hoje ?
A cada dia surgem bons cantores, cantoras, compositores, bons grupos teatrais ( o Clowns de Sheakspeare é um exemplo), há leis de incentivo à cultura; pessoas competentes à frente dos órgãos culturais (tanto a nível estadual quanto municipal) e isso está estimulando a classe artística a produzir mais. Quero contribuir também nesta fase.

8- Como você vê a internet servindo hoje como meio de se divulgar o trabalho cultural e aproximar os artistas de seu público ?
A Internet é o meio mais rápido e eficaz de se divulgar qualquer coisa. Mesmo sem ter lançado oficialmente meu cd (hoje é dia 11 de junho de 2007) já recebi e mails de várias pessoas em várias partes do Brasil e até do exterior. O que se precisa é normatizar o direito autoral gerado por ela.

9- Fale-nos um pouco sobre a gravação do CD “Mares Potiguares”, em especial a participação de Fagner. Como surgiu a idéia de convidá-lo para participar do disco?
Mares Potiguares é o meu primeiro Cd. Os meus parceiros são Capinan, José Nêumanne Pinto, Mauricio Tapajós e Auta de Souza, entre outros. Gosto muito dele, da forma sonora que o produtor Jorge Lima trabalhou o que eu imaginava. Dois compositores brasileiros que gosto muito (Chico Buarque e Edu Lobo) me inspiraram a fazer este disco com essa sonoridade.

10- Você pretende fazer shows para lançar seu CD ? Alguma chance de show no RJ ?
Pretendo. Embora me considere compositor e ter medo de palco. Quem sabe Rio de Janeiro?

11- Como as pessoas podem adquirir o belo “Mares Potiguares”?
Meu telefone é (84) 88 52 28 96 - Quem sabe ele vai pras lojas, hein?